El reloj: mi testigo...

Tengo el reloj como testigo.

Al paso de sus vueltas, él ha acompañado a las mías.

Y mientras yo giraba en torno a la vida..., sus agujas, a la vez, me empujaban a cada segundo para que yo no me detuviera.

Mi reloj no esperó a mis lentitudes.

Inexorable, llegaba siempre a horario al encuentro con la hora justa, en el momento indicado. Mientras yo, muchas veces, detuve mi marcha y hube de conformarme con sólo estar en el lugar en el que las fuerzas me habían abandonado.

Por eso mi reloj es testigo de mis amarguras, cansancios y fracasos...

A la sombra de sus agujas, yo he visto a mi reloj andar horas lentas. Tanto, que desee que el tiempo pasara rápido para colmar mis ansiedades.

Él ha sido testigo de mis impaciencias y apresuramientos que tantas veces me han producido solo frustraciones por no aprender que todo tiene su tiempo justo.

Y cuando parecía que él estaba acelerado... en realidad era yo que me detenía para descansar o curarme o replantear la dirección de mi camino.

Ahí él fue testigo de que yo también me canso, me lastimo o equivoco mis pasos.

Mi reloj tomó mis manos con sus agujas y me hizo vivir las horas más felices... pero también, y al compás de su péndulo... supe del segundo que abría la puerta de mis momentos más tristes de mi vida.

Sí... mi reloj es testigo.

Un testigo que jamás hablará... pero si hablo de mi vida... estoy hablando por él.

Y un día cuando yo no esté ya... él seguirá su marcha acompañando vidas y detrás de su paso reviviré en esos segundos que algunos llamarán recuerdos.

Por eso intentaré vivir bien.

Pues, justamente ahora, 

él me dice que el resto de mi vida 

comienza en el segundo que viene. 

Y que empiece antes que sea demasiado tarde.

O relógio: minha testemunha...

Tenho o relógio como testemunha.

À passagem das suas voltas, ele acompanhou as minhas.

E enquanto eu girava em torno da vida..., os seus ponteiros, por sua vez, empurravam-me a cada segundo para que eu não me detivesse..

O meu relógio não esperou na minha lentidão.

Inexorável, chegava sempre no horário ao encontro com a hora certa, no momento indicado. Enquanto eu, muitas vezes, detive a minha marcha e tive de conformar-me com apenas estar no lugar em que as forças me tinham abandonado.

Por isso o meu relógio é testemunha das minhas amarguras, cansaços e fracassos...

À sombra dos seus ponteiros, eu vi-o andar horas lentas. Tanto, que desejei que o tempo passara rápido para colmar as minhas ansiedades.

Ele tem sido testemunha das minhas impaciências e pressas que tantas vezes me produziram apenas frustrações por não aprender que tudo tem o seu tempo certo.

E quando parecia que ele estava acelerado... na realidade era eu que me detinha para descansar ou curar-me ou repensar a direcção do meu caminho.

Aí ele foi testemunha de que eu também me canso, lamento-me ou equivoco-me nos meus passos.

O meu relógio tomou as minhas mãos com os seus ponteiros e fez-me viver as horas mais felizes... mas também, e ao compasso do seu pêndulo... soube do segundo que abria a porta dos momentos mais tristes da minha vida.

Sim... o meu relógio é testemunha.

Uma testemunha que jamais falará..., mas se falo da minha vida... estou falando por ele.

E um dia quando eu já não esteja... ele seguirá a sua marcha acompanhando vidas e detrás da sua passagem reviverei nesses segundos que alguns chamarão lembranças.

Por isso tentarei viver bem.

Pois, justamente agora, 

ele diz-me que o resto da minha vida 

começa no segundo que vem. 

E que comece antes que seja demasiado tarde.

Sergio

07.04.2011